domingo, abril 16, 2006

Watch me forget about missing you

Um amigo serve para tudo. Tudo mesmo. E a ele pergunta-se tudo. Desde o que se vai comer ao jantar, à cor da meia que se deve vestir até a coisas mais sérias. Pede-se conselhos porque procuramos na experiência de outros aquilo que ainda não sabemos. Como se deixa de amar!? Assim tipo bomba. Este é daqueles conselhos que queres em formato de receita mas olha que não é rápido ou fácil. Mas começa por juntar 5 doses de paciência e 6 colheres de tempo a ferver numa panela de amor-próprio. Costuma-se pôr força de vontade assim a olho e optimismo qb. Dito assim até cozinhar parece fácil. Mas não é. Primeiro há que ter coragem para se libertar o síndrome do abandono. Procura-se vacina para tudo aquilo que traz lembranças. Sítios, cheiros, filmes, frases e músicas. Desenvolvem-se rotinas de desabituação. Depois encontra-se força para não se deitar abaixo a decisão que se tomou tantas vezes. Escava-se, esgravata-se se for preciso, mas ela aparece e ajuda a tornar a pacífica e isenta de aceleros cardíacos a presença dele. E depois sem se notar algo esbate, fica assim em tons de marca d’agua. E no final assim de repente dá-se um click, réplica do do início. Ás vezes nem se ouve mas ele dá-se. E liberta. Transforma. Fecha uma gaveta à chave e atira-a para o rio. Deixa de ser um presente estranho, rancoroso e doloroso passa a ser um passado, com os seus maus e bons, que cheira a verão e traz um beijinho na testa sem vontade de voltar. E voilá. Aí tens a tua receita. Antes tarde que nunca.